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Terça-feira, 25 de Novembro de 2025
Ministro explica suspensão de exportações de frango por China e UE após caso de gripe aviária

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Ministro explica suspensão de exportações de frango por China e UE após caso de gripe aviária

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As importações de carne e ovos de frango brasileiro pela China e pela União Europeia estão suspensas pelos próximos 60 dias. A medida foi tomada após a confirmação, nesta sexta-feira (16), do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade em uma criação comercial no Brasil, conforme anunciado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Segundo o ministro, a China "não estará comprando carne de frango brasileira" durante este período. A declaração foi feita em entrevista à TV Centro América, afiliada da Globo em Mato Grosso. Já a suspensão por parte da União Europeia foi confirmada por Fávaro em entrevista à Globonews. Ele explicou que as restrições atendem cláusulas contratuais que preveem a suspensão automática das importações em casos de registro da doença, como medida preventiva de saúde pública. Além da China e da União Europeia, países como Argentina, Reino Unido, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos devem impor restrições à carne de frango produzida no Rio Grande do Sul, devido às condições negociadas bilateralmente com o Brasil. Destes, China, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes estão entre os principais mercados de exportação da proteína brasileira. Em 2024, o Brasil exportou US$ 10 bilhões (cerca de R$ 57 bilhões) em carne de frango, respondendo por aproximadamente 35% do comércio global do setor. Parte significativa desse volume é proveniente das grandes empresas do setor, como BRF e JBS, que exportam para cerca de 150 países. O foco de gripe aviária foi detectado em uma granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul, sendo este o primeiro caso registrado em avicultura comercial no Brasil. O estado é responsável por 15% da produção e exportação nacional de aves, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), em dados de julho de 2024. Para conter a disseminação, o ministro declarou emergência zoossanitária no município de Montenegro por 60 dias, abrangendo um raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada. Durante este período, a produção da área não poderá ser exportada. A granja de Montenegro, dedicada à reprodução animal, identificou que 35 aves estavam contaminadas pelo vírus H5N1. Desde então, o Ministério da Agricultura tem implementado medidas sanitárias e rastreando a produção da unidade para evitar a propagação da doença. O ministro Fávaro destacou que o governo trabalhou para limitar os impactos no mercado interno e evitar a interrupção das exportações de outras regiões. "Com o Japão, chegamos a um acordo há um mês atrás, na última viagem. Com a China, não deu tempo", disse ele. Segundo a médica veterinária Paula Giaffone, em recente negociação do governo Lula com a China, foram ampliados mercados para a exportação de produtos derivados de aves, como miúdos, patos e perus. No entanto, ela ressaltou que o Ministério da Agricultura ainda deverá divulgar as estimativas de perdas causadas pela suspensão anunciada. O ministro reforçou que não há risco para o consumo de carne e ovos de frango, uma vez que o vírus não é transmitido por alimentos, mas ressaltou a necessidade de protocolos rígidos para os trabalhadores que manuseiam aves contaminadas. "O risco, e há um risco de contaminação, é nas pessoas que manuseiam o animal contaminado, os tratadores, as pessoas que vão recolher", alertou. Os Estados Unidos, que enfrentam surtos de gripe aviária desde 2022, registraram a morte de cerca de 170 milhões de aves, impactando severamente a produção de carne e ovos. Especialistas alertam para o risco de cenários semelhantes no Brasil caso medidas de controle falhem. O vírus H5N1, causador da gripe aviária, é uma variante do vírus da família influenza e altamente letal em aves, conforme explica o professor Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária da USP. Embora seja transmissível a humanos por meio do contato direto com animais infectados, a contaminação é considerada rara. No entanto, casos de infecção em outros animais, incluindo bovinos e leões marinhos, foram registrados em outros países. A longo prazo, esses eventos podem gerar desdobramentos no cenário comercial e consequências para o mercado consumidor global.
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