O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) começará nesta quarta-feira (19) uma pesquisa inovadora para traçar o perfil socioeconômico dos paranaenses. Intitulado Pesquisa por Amostra de Domicílios do Paraná (PAD-PR), o levantamento contará com entrevistas em 60 mil domicílios de todas as regiões do Estado, realizadas entre março e junho de 2025. A iniciativa foi detalhada nesta segunda-feira (17) pelo presidente do Ipardes, Jorge Callado. Por meio da PAD-PR, o instituto buscará gerar dados sobre as condições de moradia, trabalho, renda, escolaridade, hábitos e condições alimentares das famílias paranaenses. O principal objetivo do estudo é identificar o perfil demográfico e socioeconômico dos moradores, tanto nas áreas urbanas quanto rurais, além de caracterizar a infraestrutura dos domicílios. A previsão é de que os dados coletados sejam disponibilizados publicamente a partir de novembro deste ano. O levantamento será mais abrangente que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova pesquisa estadual envolverá três vezes mais entrevistas do que a PNAD, que no Paraná alcança cerca de 20 mil domicílios. “Como consequência desse trabalho mais minucioso, teremos uma gama maior de informações e indicadores socioeconômicos, com resultados mais nítidos e definidos referentes à população paranaense”, pontuou Jorge Callado, presidente do Ipardes. De acordo com Callado, as informações coletadas serão úteis tanto para o governo estadual quanto para empresas interessadas em investir no Paraná. “Os resultados serão úteis para que o poder público possa rever as suas políticas públicas a partir das necessidades e potencialidades regionais identificadas na pesquisa, mas também para a iniciativa privada, no sentido de novos negócios e empreendimentos alinhados à dinâmica de cada região e aos arranjos produtivos locais”, afirmou. O financiamento da PAD-PR vem do Fundo Paraná, gerido pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que dispõe de 2% da receita tributária anual do Governo do Estado. Os entrevistadores serão identificados por coletes do Ipardes, crachá com foto e informativos com endereço, e-mail e telefones úteis para garantir a segurança e a transparência no processo. Os dados coletados serão tratados de forma anônima, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e analisados unicamente para fins estatísticos. Marcelo Antônio, diretor de Estatística do Ipardes, informou que os entrevistadores utilizarão dispositivos eletrônicos para o preenchimento das informações, com entrevistas que deverão durar entre 10 e 15 minutos devido ao nível de detalhamento. Os resultados serão divulgados no site do Ipardes até o fim do segundo semestre de 2025. “Estamos trabalhando na elaboração de um novo BI (Business Intelligence), que terá um painel de informações com relatórios pormenorizados, tabelas e gráficos que vão comparar as regiões do Paraná a partir dos diferentes indicadores estipulados na pesquisa”, explicou Antônio. Ele destacou ainda que a pesquisa terá utilidade prática para órgãos estaduais, municípios e consórcios regionais. O secretário do Planejamento, Guto Silva, ressaltou que a nova pesquisa permitirá um retrato mais detalhado e regionalizado do Estado. “Os números divulgados pelo IBGE nos dão uma direção de como o Estado está evoluindo, mas com o PAD-PR teremos um recorte mais específico e regionalizado sobre a situação atual e as perspectivas do futuro do Paraná. Com isso, identificaremos bolsões de pobreza e outras dificuldades que travam o crescimento dos municípios para solucioná-las e elevarmos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Paraná”, afirmou Silva.