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Terça-feira, 25 de Novembro de 2025
Quedas de energia impactam fumicultura e geram prejuízos no Sul do Brasil

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Quedas de energia impactam fumicultura e geram prejuízos no Sul do Brasil

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Nos últimos meses, municípios da Região Sul têm enfrentado quedas e oscilações no fornecimento de energia elétrica, prejudicando a produção agrícola, especialmente a dos fumicultores. Durante o período de secagem do fumo, que requer consumo contínuo de energia em estufas, as interrupções comprometeram a qualidade do produto e resultaram em perdas financeiras. A safra de 2023/2024 contabilizou 508 mil toneladas de tabaco, cultivadas em 509 cidades da região. São João do Triunfo registrou 17,5 mil toneladas, ocupando a 2ª posição no ranking nacional, enquanto Rio Azul produziu 12,8 mil toneladas, ficando em 5º. No Paraná, São João do Triunfo está no topo da lista estadual, seguido por Rio Azul. Há temores de que a produção possa ser ainda mais afetada pelas quedas de energia. O prefeito de Rio Azul e presidente da Amcespar, Leandro Jasinski, comentou sobre os impactos das oscilações no município. “Teve muito produtor que foi prejudicado com a queda de energia, com essas oscilações que estavam acontecendo, porque bem nesse período da secagem do fumo não pode ter essa interrupção, porque já altera a qualidade do produto, cada estufada leva em torno de sete até nove dias para ter a cura completa do fumo. Ficar sem energia já ocasiona prejuízo”, afirmou. Em São João do Triunfo, o prefeito Mario Cezar da Silva destacou a recorrência de falhas no fornecimento. “A recorrência de falta de energia pela Copel tem prejudicado uma das principais cadeias produtivas do nosso município. Há anos a Prefeitura realiza tratativas administrativas para sanar o problema. Entretanto, isso tem sido ineficaz, pois os problemas ainda continuam trazendo prejuízos aos fumicultores que precisam da energia elétrica para secar o fumo. Medidas serão tomadas para a defesa da classe dos fumicultores, será encaminhado ofício para o diretor geral da companhia de energia, senhor Daniel Pimentel Slavieiro, para uma reunião que abordará sobre o problema da falta de luz no município. São João do Triunfo é o maior produtor de tabaco do Paraná e o segundo do país. Geram-se montantes vultuosos em impostos dessa cadeia produtiva”, explicou. Em Prudentópolis, cidade que ocupa a 10ª colocação nacional na produção de tabaco, o prefeito Adelmo Klosowsk também relatou impactos. Ele apontou que as oscilações afetam não apenas a fumicultura, mas também produtores de leite e indústrias locais, comprometendo a economia da cidade. “A falta de energia pode resultar em perdas significativas para essas atividades. Durante o encontro, os representantes da Copel demonstraram disposição em buscar soluções para minimizar os impactos causados”, afirmou. Leandro Jasinski e o secretário de Agricultura de Rio Azul, Airton Rigo Morretto, reuniram-se com diretores da Copel para buscar soluções. “É uma situação que foi relatada pelos produtores, em um período de alto consumo de energia, que é no período de secagem do fumo, quando as folhas vão para as estufas e isso demanda energia mesmo. Com essas quedas que aconteceram, muitos produtores tiveram prejuízos. Eu e o prefeito Leandro estivemos em contato com diretores da Copel, em Curitiba, apresentando o problema e buscando uma solução para que isso não volte a acontecer”, relatou Airton. Após o encontro, o prefeito Leandro afirmou que algumas melhorias já começaram a ocorrer. “Depois dessa conversa com a Copel, eles já mandaram mais equipes para fazer a manutenção, limpeza das linhas, o que já deu uma melhorada aqui na nossa região, mas ainda tem algumas quedas que estão acontecendo”, disse. José Natal, presidente da Associação de Fumicultores de Rio Azul, mencionou que as oscilações foram frequentes na comunidade Faxinal dos Paulas, entre novembro e janeiro, especialmente no horário das 18h às 20h. “Em outubro, tivemos reunião com o coordenador regional da Copel, o secretário Airton e o Mezaque, presidente do Sindicato de Irati, cobrando melhorias nas redes”, relatou. Já o fumicultor Cristiano, de São João do Triunfo, destacou as perdas na qualidade do fumo causadas pelas interrupções. “Dependendo do momento da secagem, a folha mancha ou até cozinha, reduzindo o preço de mercado. Um fumo que poderia ser vendido a R$ 20 por quilo, acaba valendo entre R$ 8 e R$ 10”, afirmou. Ele também reclamou da dificuldade para obter ressarcimento da Copel. “Anos atrás, eles faziam o ressarcimento, pagavam pelos prejuízos. Agora, neste ano, disseram que não haveria ressarcimento por causa do mau tempo”, relatou. O deputado estadual Hussein Bakri ressaltou a importância de buscar soluções para o problema. “Ano após ano, a Copel é eleita uma das melhores distribuidoras do Brasil e da América Latina. Mas sempre é preciso estar se aprimorando e melhorando o serviço oferecido aos paranaenses. Por isso, estamos conversando com a direção da empresa para buscarmos quais serão as formas de atuar melhor na região Sudeste e, assim, solucionarmos os problemas que vêm ocorrendo. Não é razoável que falte energia por horas seguidas, sob pena de haver prejuízos graves à economia local, sobretudo no setor do fumo.” No final de 2024, o deputado acompanhou o prefeito Leandro Jasinski em uma reunião com o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, para discutir os problemas relatados pelos produtores. Em resposta, a Copel informou que analisou os índices de qualidade do fornecimento nas localidades mencionadas. Sobre unidades consumidoras de São João do Triunfo, a empresa afirmou que “em uma das unidades consumidoras, foram contatados dois desligamentos no início deste mês; a outra teve registros de faltas momentâneas, popularmente conhecidas como piscadas. Ambas têm atendimento prestado dentro dos limites estabelecidos pela Aneel, no entanto uma inspeção de campo será realizada para identificar oportunidades de melhoria nas duas localidades”. A empresa também ressaltou que “a Companhia esclarece que tem trabalhado intensamente na manutenção preventiva das redes, e que dedica especial atenção à atividade de fumicultura, dispondo de um cadastro específico para propriedades que possuem esta cultura. Entretanto, é necessário que, nas áreas rurais, seja observada a distância da vegetação com relação à rede elétrica, de acordo com o que determina a Lei Estadual 20.081/2019, conhecida como Lei da Faixa Limpa. Também têm sido identificados na região casos de aumento de carga sem a devida comunicação à Copel. A Companhia alerta que esta prática coloca em risco as instalações elétricas internas da propriedade, e pode gerar instabilidade para toda sua região. A Companhia deve sempre ser consultada previamente quando há previsão de aumento no uso de energia na propriedade.” Renato Hora, sócio do escritório Pinheiro Hora Sociedade de Advogados, orientou fumicultores sobre como proceder em casos de queda de energia que gerem prejuízos. “Primeiramente, como forma de provar o prejuízo, recomenda-se contratar um especialista para, via laudo técnico, avaliar a danificação das folhas do fumo. Na sequência, provado o prejuízo e o chamado nexo causal, o fumicultor poderá se valer de um advogado de sua confiança para ajuizar a ação indenizatória correspondente, na qual, além do prejuízo material, discutir, sendo o caso, eventual reparação de natureza moral”, explicou. Fonte: Jornal A Folha de Irati.
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